sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Parte VI

Algumas ervas precisavam estar frescas no momento do ritual.
Ana esperou o momento certo para a colheita. Juntou galhos, toras de madeira e seguiu o caminho de volta para a clareira.

Preparou a fogueira entoando os cânticos iniciais.

Olhou ao redor a procura de Amália. Ela não deveria ter saído daqui, e sim terminado de aprontar o altar, pensou. Onde esta menina se enfiou?

Em pensamento, chamou pela irmã e sentiu a aflição de Amália pelo próprio coração disparado. Ana levou a mão sobre o peito e rodou em torno do próprio corpo, completando a volta por um lado e novamente pelo outro.
Ofegante, varreu o entorno da floresta.
Nem sinal de Amália.

Espíritos, divindades e elementos evocados. Ana não poderia deixar o altar para sair em busca da irmã.

AMÁLIA, AMÁLIA. Gritou em seus pensamentos, sem resposta.
Caiu de joelhos ao lado da fogueira. O coração batendo tão depressa que era possível ver o vestido tremer sobre o peito.
Vigiava as entradas da clareira esperando Amália aparecer.
As mãos de Ana tremeram ao tentar se armar com uma tocha acesa. A arma caiu e o fogo se espalhou criando uma linha a partir da fogueira e circulando toda a clareira, fechada com o círculo de proteção feito de sal que Ana preparara pouco antes de acender a fogueira. Ana, pelo susto, caiu sentada para trás.
AMALIA.
Não conseguia pensar em nada que a deixasse naquele estado. Não a calma Amália.
AMALIA.
O coração de Ana agora estava disparado por si só. Não sentia mais a irmã.
Temeu o que pudesse ter ocorrido com Amália. Nunca haviam perdido a conexão antes.
Receou que acontecesse o mesmo com ela.

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